terça-feira, 22 de setembro de 2009

VEJA COMO NÃO É TÃO DIFÍCIL FAZER

Estas são algumas matérias que mostram projetos e iniciativas que deram certo em Associação de Bairros.

Associação faz parceria com cooperativa de Catadores

23 23UTC Setembro 23UTC 2009 por Pedro Washington Almeida Junior

Foi a vontade de ligar a causa ambiental com uma ação social que levou cerca de 20 condomínios em Ipanema a somar esforços para gerir sua coleta seletiva. Juntos, eles estimulam seus moradores a separar os resíduos domésticos que são coletados, uma vez por semana, por uma cooperativa de catadores.

“Começamos convocando os síndicos de dois quarteirões para uma apresentação sobre o tema que incluiu palestra, vídeo e materiais informativos. Cerca de 60% dos convidados compareceram e abraçaram a causa”, lembra Raphael Durão, coordenador do Programa de Coleta Seletiva Solidária da AMIPANEMA, associação de moradores do famoso bairro carioca.

Com esse primeiro passo dado no começo de maio, eles deram início à prática, distribuindo material explicativo para os moradores sobre a correta separação dos resíduos. Paralelamente, foi selecionado o parceiro que receberia, em doação, todo o material: a Cooperativa de Catadores do Complexo do Alemão – Coopcal, localizada a quase 50 quilômetros de Ipanema, em uma das regiões mais carentes da cidade.

Unindo a Zona Norte à Zona Sul

“Essa iniciativa do pessoal de Ipanema trouxe luz e esperança para nossa Cooperativa, pois os catadores lutam muito e esse tipo de ajuda é um grande exemplo para todos”, comenta Zilda Barreto, presidente da Cooperativa. “Desde o primeiro dia, fomos bem recebidos, num clima de solidariedade. O caminhão volta lotado de material limpo e bem separado.”

Por enquanto, a associação paga o frete para viabilizar o transporte, mas a ideia é conseguir um caminhão para a Cooperativa. “Isso faria uma imensa diferença para nós.

A questão da coleta seletiva hoje, a meu ver, não demanda conscientização, pois as pessoas já estão informadas sobre a questão ambiental. É preciso, sim, mais sensibilização para que se perceba que o material que vai para os lixões poderia ajudar muitas famílias a ter uma vida melhor”, destaca Zilda. Além de agregar os catadores, a cooperativa desenvolve projetos sociais junto à comunidade como creche, alfabetização de adultos, planejamento familiar e mutirão de limpeza de rios da região. Na AMIPANEMA, o resultado tem sido comemorado. “Queremos melhorar a qualidade de vida no nosso bairro e é ótimo contribuir para isso também em áreas mais necessitadas”, garante Maria Amélia Fernandes Loureiro, presidente da AMIPANEMA.

Projetos vindos das comunidades são exemplos para a sociedade e o governo

23 23UTC Setembro 23UTC 2009 por Pedro Washington Almeida Junior

(fonte: www.jornalcomunicacao.ufpr.br)

É para melhorar a vida de muitas pessoas que organizações comunitárias se mobilizam em nome de um bem comum. Elas lutam por melhorias no meio ambiente, na vida cotidiana e profissional dos cidadãos. Assim essas comunidades têm voz e vez nas discussões governamentais e públicas.

A Secretária Especial de Relação com a Comunidade (Serc) orienta 40 associações comunitárias em Curitiba, e foi criada para diminuir os problemas que essas comunidades enfrentavam no processo de sua constituição, orientar e treinar seus coordenadores e disponibilizar suporte eletrônico para essas instituições. “A Serc se responsabiliza pela inclusão digital dos moradores e leva equipamentos eletrônicos até essas associações, para que todos tenham acesso à internet e a outros recursos”, afirma Rodrigo Schmidt, coordenador da Serc.

Associações que deram certo

Projetos como a recuperação do lago São Lourenço demonstram que a união de moradores pode transformar um bairro, uma cidade e até um estado. A Associação dos Moradores e Amigos do São Lourenço acreditou nessa idéia e correu atrás de mudanças, tanto na segurança e saneamento básico do bairro como também no meio ambiente que o rodeia. “Quando a associação foi formada, a primeira providência que tomamos foi realizar uma grande pesquisa para saber quais eram as prioridades dos moradores, 80% responderam que a maior preocupação era com o meio ambiente, e a partir daí tomamos as providências necessárias”, diz Cezar Paes Leme, presidente da AMASL.

O bairro São Lourenço sofria há muitos anos com o mau cheiro da poluição no rio Belém, que podia ser sentido a 50 metros de distância. Através da associação, o lago foi despoluído e hoje o mau cheiro já não existe. Esse projeto ganhou parcerias, tanto da população do bairro quanto de outras pessoas de fora da comunidade, que ajudaram na conscientização e nas ações ambientais pela despoluição do São Lourenço. O projeto deu tão certo – 50 nascentes foram recuperadas – que hoje existem patrulhas ambientais espalhadas pela capital, para proteger as nascentes de outros rios. A campanha pela despoluição do rio Belém, “Viva Belém”, é outro projeto que visa à despoluição de todas as nascentes do rio até 2011. “O projeto Viva Belém está sendo um sucesso, foi citado como exemplo de projeto urbano no Comitê das Nações Unidas, é uma grande vitória”, afirma o presidente da AMASL.

A AMASL conta com 190 parceiros do comércio e de indústrias, além de 75 escolas e mais de 23 mil alunos para a preservação do meio ambiente. Os bairros Bacacheri e Atuba são aliados dos projetos ambientais da AMASL, e ajudam na recuperação da mata ciliar dos rios que cortam a capital.

Outro exemplo é a Associação dos Núcleos Artesanais da Vizinhança. Em 1980 a crise de desemprego se alastrava por todo o Brasil, em Curitiba não foi diferente. Por esse motivo, em 1982, artesãos se juntaram e fundaram a associação, com o objetivo de organizar núcleos de produção para comercializar e divulgar os produtos fabricados. No começo eram 48 artesãos, após vinte anos a ANAV registra 480 associados e aproximadamente 2.400 pessoas passaram pela associação. “Após 26 anos a ANAV possui sede própria, a Federação dos Artesãos do Paraná e a Confederação das Federações dos Artesões do Brasil foram fundadas, conquistamos a regulamentação da profissão e o cadastramento dos trabalhadores na previdência social”, diz Deonilda Machado, presidente da Associação dos Núcleos Artesanais da Vizinhança.

A vontade de ser voluntário

Outra iniciativa, o Centro de Ação Voluntária de Curitiba direciona e orienta os interessados no voluntariado para instituições que precisem de auxílio. O CAV está a dez anos na capital, e oferece semanalmente palestras gratuitas, que informam os interessados sobre quais os deveres, direitos e responsabilidades dos voluntários. Segundo a assessoria de imprensa do CAV, atualmente, o Centro conta com 85 instituições cooperadas, atende empresas como Itaipu Binacional, HSBC e O Boticário na forma de consultorias, no sentido de promover o voluntariado transformador.

Em 2007 mais de 2400 pessoas procuraram o Centro para se voluntariar, sendo 75% mulheres. Em 63 palestras oferecidas, 1410 pessoas compareceram, 55% delas estavam inseridas no mercado de trabalho, revelando a grande participação de profissionais que contribuem para a profissionalização do terceiro setor. Desse total, 29% são estudantes e 60% são jovens entre 18 e 30 anos.

Comunicação

Existem inúmeras maneiras de fazer a diferença, e não deixar nas mãos dos governantes a responsabilidade sobre os problemas que enfrentamos no dia-a-dia. As rádios comunitárias são outro exemplo de iniciativa, acessível e eficaz para quem tem interesse na área.

O Comunicação conversou com um dos representantes do ramo, que esteve presente no último encontro de Rádios Comunitárias, em Ponta Grossa. Juliano Lourenço Gotardo é integrante da comunidade Emiliano Zapata, grupo de assentamento do MST na região rural de Ponta Grossa. Ele vive na comunidade há sete anos, e é locutor da rádio comunitária.

Comunicação: Como começou a rádio comunitária na comunidade Emiliano Zapata?

Gotardo: Essa rádio é um projeto de um frei, que veio da Itália, e através desse projeto a gente teve a oportunidade de estar montando essa rádio, junto com o setor de comunicação do MST, de Curitiba, que acompanhou a gente desde o início, deu oficinas na linha da comunicação livre. A rádio já tem um ano e meio ela se caracteriza como uma rádio livre porque ela não tem o mesmo caráter de radio comunitária e muito menos de rádio comercial. Ela é sem propagandas, e como total apoio e participação da comunidade. Ela tem também o papel de transmitir para a sociedade, já que os meios de comunicação que a gente tem não transmitem realmente como é o MST e como a gente sobrevive, que a gente é, então a nossa rádio tem esse papel. Pro pessoal de Ponta Grossa e região ela expande a nossa realidade.

Comunicação: O apoio financeiro para a compra dos equipamentos e criação da rádio veio de onde?

Gotardo: Veio da Itália, a partir do projeto desse frei. Pra gente foi muito importante, porque a gente nem imaginava trabalhar com comunicação. E a gente tendo as oficinas, entendendo um pouco sobre comunicação, a gente vê que é indispensável, principalmente para a gente, que é tão discriminado, nós podemos mostrar a nossa versão, de como é a nossa realidade, e isso é fundamental. E também ver que a comunidade participa, tanto com apresentações na rádio, no entretenimento, quando as pessoas pedem pra falar alguma coisa no programa, ou pra mandar um abraço. E pra mim, essa comunicação, da gente que é locutor, para com quem a gente convive constantemente, ela é muito importante e ela é precisa no rádio. A gente se sente bem e acredita também que quem ta ouvindo gosta da comunicação popular, porque ela é simples, mais objetiva e com caráter de realmente a gente fazer essa transformação da comunicação.

Comunicação: Há quanto tempo a rádio está no ar? Desde o inicio ela funciona seguindo as exigências da legislação?

Gotardo: Ela está no ar há um ano e meio e a gente está resistindo aí. Vamos ver até onde a gente vai, sem ilegalidade nenhuma aí.

Comunicação: O que você destaca como melhorias que rádio trouxe para a comunidade?

Gotardo: A gente pode destacar algumas coisas. Pra região aqui, só pelo papel de saberem mais sobre a nossa realidade já é bom. Mas na comunidade, a gente vê que o pessoal interagiu muito bem com essa questão da rádio, eles já se identificam como integrantes da comunicação que eles têm lá e eles também sabem, compreendem e ajudam a sustentar essa rádio lá, tanto que a gente precisa dessa compreensão deles e do apoio pra continuarmos resistindo no ar, se não a gente não consegue.

Comunicação: Vocês recebem algum apoio externo, além do apoio da própria comunidade?

Gotardo: Apoio de entidades, apoio da igreja, o MST, agora já caracterizado como uma linha a seguir com os movimentos sociais, então a gente tem o nome de via campesina, que é a integração de todos os movimentos sociais, e o MST está se fortalecendo cada vez mais dessa forma, porque sempre tem alianças com outros movimentos que lutam em vários setores da sociedade, então a gente tendo essa aliança é com certeza positivo e é preciso para que a gente possa resistir no ar.

E o pessoal compreende que é preciso a comunicação popular e que é importante isso que está acontecendo aqui na universidade, que é discutir a importância da comunicação na sociedade. Pra gente é muito importante essa troca de informação e de conhecimento.

8 JEITOS DE MUDAR O MUNDO

23 23UTC Setembro 23UTC 2009 por Pedro Washington Almeida Junior

8jeitos.gifEm 2000, a ONU – Organização das Nações Unidas, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos do Milênio – ODM, que no Brasil são chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo.

Juntos nós podemos mudar a nossa rua, a nossa comunidade, a nossa cidade, o nosso país.

A REDE BRASIL VOLUNTÁRIO, que congrega centros de voluntariado de todo o Brasil, consciente da importância desse projeto, criou o sitehttp://www.objetivosdomilenio.org.br/ para estimular debates e propiciar o conhecimento e o engajamento de todos os interessados em participar de ações, campanhas e projetos de voluntariado que colaborem com os ODM.

Aqui você encontra exemplos de como muitos já estão contribuindo para que o Brasil alcance esses objetivos. Para mais informações sobre os 8 Jeitos de Mudar o Mundo, entre em contato com o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento pelos sites www.pnud.org.br ou www.odmbrasil.org.br .

Nenhum comentário:

Postar um comentário